terça-feira, 6 de janeiro de 2009

ANTES DE DEFENDER NOSSO PONTO DE VISTA COM VEEMÊNCIA (Samuel Rangel)


Não são poucas as vezes que esgrimamos nosso ponto de vista contra as lâminas de teses que não concordamos, e tomados pelo mal súbito da falta de humildade, classificamos como errado o ponto de vista alheio.

Mas um bom exercício para renovar essa humildade, é aquele em que, justamente no momento em que colocamos o dedo catedrático em riste, a um palmo do nosso nariz empinado, e bem a frente de nossa cara soberba , como se fôssemos pregar em vez de manifestar um pensamento, deixamos um pouco de lado a discussão para um simples teste.

Então com o dedo ali, fechamos primeiro um olho, e depois o outro. Essa simples atitude demonstra que as coisas mudam de lugar em razão do ponto de vista de cada um dos olhos, e se o ponto de vista não é o mesmo nem para nossos próprios olhos, que divergem entre si, como o ponto de vista poderia ser o mesmo para a pessoa com quem estamos discutindo?

É sempre bom levar em conta que o ponto de vista de uma pessoa depende de onde ela se encontra, mas também é influenciado pelo caminho que a conduziu até ali. Por isso é tolice retirar ou conceder-lhe toda a razão, como também seria presunção achar que a razão é absolutamente nossa.

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